Moeda Para preservar o meio ambiente


Um relatório recente descobriu que apenas 100 empresas são responsáveis ​​por 71% das emissões globais desde 1988. Incrivelmente, apenas 25 empresas e entidades estatais foram responsáveis ​​por mais da metade das emissões industriais globais no mesmo período. A maioria delas são empresas produtoras de carvão e petróleo e inclui ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Gazprom e a Saudi Arabian Oil Company.

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Excelente matéria sobre sequestro de carbono no Jornal do Comercio escrita por Lilian D'Araujo em 08-junho-2015.   - na íntegra 

               Mercado de carbono no Amazonas: moeda para preservar o meio ambiente

Estimular a redução da carga de gases tóxicos lançados na atmosfera é um dos desafios do poder público

MANAUS - Praticamente todas as atividades comerciais geram alguma poluição, mesmo que de forma indireta. Para amenizar o efeito negativo da poluição, alguns mecanismos foram criados, como o sequestro de carbono e a geração e venda de créditos de carbono. Esses mecanismos têm o mesmo objetivo: estimular a redução da carga de gases tóxicos lançados na atmosfera. E a principal ferramenta é a floresta. Manter a floresta em pé não é apenas um desafio para o Amazonas.
É uma missão global, já que o mundo inteiro se volta para o recurso florestal (ainda) abundante nesta região. Assim, o Estado se vê diante da obrigação de reduzir a poluição (em âmbito regional), evitar o desmatamento e preservar a atual cobertura existente.
A Prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas buscam no plantio de árvores compensar a geração de gases de efeito estufa nos eventos oficiais que movimentem grande parte da população. Festas como o Carnaval e Réveillon, coordenadas pela Prefeitura Municipal de Manaus, já contabilizaram índices de CO2 que foram neutralizados com novas plantas introduzidas ao meio ambiente. “Foi uma iniciativa pioneira que veio demonstrar a preocupação da prefeitura com a problemática das mudanças climáticas e reforçar o programa de arborização da cidade”, comentou Itamar de Oliveira Mar, secretário Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), o plantio de árvores continua sendo uma atividade prioritária do município. “Até o final deste ano, esperamos ter plantado pelo menos 10 mil mudas de árvores na cidade, incluindo aí as 1,5 mil mudas correspondentes ao total previsto para Carboneutralização do Réveillon”, disse. A neutralização é simples.
O quantitativo de emissões é resultado de um estudo feito pela Divisão de Planejamento e Acompanhamento de Projetos da Semmas. Após quantificar as atividades emissoras do evento, a prefeitura compensa plantando um número de árvores que corresponda à poluição gerada.
O governo do Estado também entrou no mercado dos créditos de carbono. No Amazonas, esse tema vem sendo discutido, há pelo menos 3 anos. Mas, existem algumas iniciativas públicas como o PCN (Programa Carbono Neutro) do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), que é voltado para empresas, órgãos e corporações. O PCN realiza um estudo em empresas interessadas no programa: todas as formas de poluição são contabilizadas e o Idesam calcula quanto é gerado de dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa. O PCN neutraliza o CO2 com plantação de mudas de árvores, baseadas em sistemas agroflorestais, e gera créditos de carbono para compensar a emissão do gás, como explicou o pesquisador-sênior do Idesam, Mariano Cenamo. “A primeira coisa a fazer é um inventário para identificar as fontes poluentes e quantificar a emissão de carbono. O volume de emissões é transformado em um número de árvores a serem plantadas na RDS Uatumã”, explicou.
Desmatamento
Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta tropical do mundo. No entanto, a poluição e, principalmente, o desmatamento na região acelera e ameaça a saúde do planeta.
Segundo o Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal, publicado em janeiro deste ano pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram detectados 288 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representa um aumento de 169% em relação a janeiro de 2014 quando o desmatamento somou 107 quilômetros quadrados. Isso significa que ao perder extensão, a Floresta Amazônica perde sua capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa na atmosfera, devido ao excesso de mortalidade de árvores. 
Educação ambiental
Apesar de todos os esforços, o Brasil segue sofrendo com o desmatamento, crimes ambientais e poluição de seus mananciais. Legislação rasa, fiscalização frouxa e desatenção com a importância do tema levam o país a contabilizar impactos negativos. “O Brasil adota o princípio poluidor pagador que não pune quem polui. Há negociações com este bem público -que é o meio ambiente, envolvendo órgãos privados e isso está errado”, apontou o biólogo Osório José de Menezes Fonseca, mestre em Ecologia.
Para o especialista, um assunto tão importante e de cunho tão científico, deveria estar sendo conduzido por especialistas e pesquisadores e não estar nas mãos de políticos. “Toda normatização é feita pelo parlamento. Falta conhecimento aos legisladores sobre o assunto. A questão ambiental no Brasil é mal discutida desde a Constituição. A legislação precisa ser mais clara”, ressaltou.
Diante deste cenário de précolapso da natureza, a cidade de Manaus parece fazer uma aposta correta: a educação ambiental. A prefeitura mantém equipes de educação ambiental nas ruas, comunidades, escolas, áreas de lazer e áreas verdes. A ideia é mobilizar a população para que esta trabalhe como fiscal do meio ambiente. Além das ações da Semmas e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) também possui equipes de conscientização nas comunidades. “É um trabalho muito difícil. Para uma cidade de 2 milhões de habitantes, nosso contingente ainda é pequeno. Mas, sabemos que este trabalho dará frutos”, avaliou Itamar Oliveira, titular da Semmas.
Para Osório Fonseca, é preciso estimular o desenvolvimento científico e ambiental na infância. “De todas as atividades governamentais, as mais importantes são a educação, ciência e meio ambiente. Unindo estas três temáticas num grande projeto didático, o futuro do Brasil poderia ser mais tranquilo. Educação, conhecimento e engajamento podem mudar essa história”, comentou. 

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